Se você tem diagnóstico de câncer de próstata (também chamado de adenocarcinoma da próstata), seja um Gleason 6, Gleason 7 ou mesmo um Gleason maior que 8, o tratamento local com cirurgia pode ser a melhor opção para a cura.
No mundo, o tratamento mais realizado para o câncer de próstata é justamente a cirurgia, em que a cirurgia robótica é a melhor técnica, mais tecnológica e que entrega os melhores resultados.
Mas existe um ponto muito importante que você deve considerar antes de fazer uma cirurgia robótica, que é o fator humano. Isso porque o robô não opera sozinho e por isso depende muito da técnica do cirurgião.
O objetivo principal da cirurgia é a cura! Entretanto, as chances de cura do câncer dependem de alguns fatores que vou detalhar nos próximos parágrafos. São alguns fatores que determinam o prognóstico, isto é, a sobrevida.
O Prognóstico do Câncer de Próstata
O câncer inicia seu processo de crescimento dentro da próstata. Alguns tumores crescem mais rápidos, enquanto outros, muito lentamente. Os que crescem lentamente podem levar muitos anos para ter um volume palpável. Esse crescimento é determinado pela agressividade do tumor, que é determinada olhando a célula (que foi retirada na biópsia) no microscópio pelo patologista.
Fig. 1 – A próstata é um túnel, por onde passa a urina. É necessário retirar toda a próstata e as vesículas seminais no tratamento do câncer de próstata.
ISUP 1 a ISUP 5 – Saiba o que é
Quando as células do câncer são vistas no microscópio, elas são classificadas em diferentes níveis de agressividade, que pode variar de ISUP 1 a 5 ou também com o Gleason 6- Gleason 10. É normal as biópsias mostrarem as duas classificações.
Gleason 6 a 10 – Entenda
O Gleason 6 seria um tumor de baixo risco, em que nem sempre é necessário operar (depende de alguns critérios que vejo na consulta). Para os tumores de Gleason de 7-10 é mais indicado fazer algum tratamento curativo, pelo risco de o tumor crescer e se espalhar.
Além da característica da célula, o prognóstico também é determinado pelo estadiamento, isto é, pelo estado da doença no momento do diagnóstico. No estadiamento é determinado se a doença está apenas na próstata ou se espalhou.
Inicialmente, o tumor está apenas na próstata. Quando ele cresce, pode então acometer estruturas vizinhas, determinando uma chance de cura menor. Outra possibilidade são as células cancerosas entrarem na corrente linfática, se espalhando para os linfonodos (ínguas) que existem internamente, na pelve. Também é possível que entrem na circulação sanguínea, acometendo outros órgãos, como os ossos (local mais comum de metástases) ou mesmo o fígado e pulmão. Quando essas células de câncer se espalham pelo corpo, são chamadas de metástases.
Por isso que as melhores chances de cura ocorrem quando o tumor está apenas dentro da próstata, localizado. Nesta etapa é possível fazer uma cirurgia preservadora de nervos, consequentemente com altas taxas de recuperação tanto da continência urinária quanto da potência sexual (ereção).
Outro fator que indica um prognóstico é o valor do PSA. Quando o PSA está entre 0-10, tem prognóstico melhor que um PSA entre 10-20, que também é melhor que um PSA maior que 30.
Gleason ou ISUP
Acometimento de estruturas vizinhas
Metástases
PSA
Os riscos da cirurgia da próstata
Muitos homens dizem não querer operar pelo risco de impotência e de incontinência. O que vejo na minha prática, pela análise dos pacientes que operei, é que mais de 90% recuperam a ereção. Isto é, a grande maioria volta a ter relações. Acredito que a bagagem de experiências dentro e fora do Brasil ajudaram na construção dos resultados.
Em relação à continência urinária, os resultados são ainda melhores. Cerca de 99% recuperam a continência, a maioria deles, imediatamente. (clique aqui para saber mais)
Não vejo apenas a cirurgia como único momento para preservar a ereção e a continência, pois é muito importante estar preparado para a cirurgia, para que a cicatrização também ocorra de forma adequada.
O protocolo que utilizo envolve também jornada de avaliação pré-operatória e também pós operatória da musculatura pélvica, com o objetivo de orientar e fortalecer a musculatura pélvica. Essas avaliações individualizadas permitem obter resultados de forma mais rápida.
Para quem possa interessar, recentemente elaborei um texto explicando como funciona a utilização da tecnologia robótica pelos planos de saúde, aqui mesmo no site (clique aqui).
Quando se fala em saúde e preservação de estruturas tão importantes, com uma cirurgia avançada, e equipe de ponta, vale o investimento. Não é apenas uma cirurgia, mas um tratamento completo.
Professor Mark Neumaier (PUC-PR)
Fellow em Cirurgia Robótica em Irvine (Califórnia-EUA)
Mestre pelo H. Sírio Libanês
Especializado em Cirurgias Minimamente Invasivas – H. Sírio Libanês