Cálculo Urinário – Entenda as pedras nos rins
Cálculo Urinário (“Pedras nos Rins”), leia esse post para entender a doença e seu tratamento. Blog de Mark Neumaier – Urologista e Cirurgião.
Cálculo Urinário (“Pedras nos Rins”), leia esse post para entender a doença e seu tratamento. Blog de Mark Neumaier – Urologista e Cirurgião.
O cálculo urinário se forma quando há supersaturação de algum mineral na urina, seguido de cristalização e enucleação. Ela pode ocorrer em qualquer parte do trato urinário, sendo mais comum no rim. Algumas condições médicas e até medicamentos podem aumentar a chance de desenvolver cristais, como diarreia crônica, hiperparatireoidismo, hipercalciúria familiar idiopática, cirurgia da obesidade, infecções urinárias, gestação, uso de diuréticos, laxantes, etc…
Tradicionalmente, os homens são mais frequentemente acometidos (três vezes mais chance). O fator genético está relacionado à gênese do cálculo em 25% dos casos. Os fatores extrínsecos como clima (quente), dieta (rica em sal e proteínas), ingesta hídrica e ocupação também estão envolvidos na formação da pedra. [Mark Neumaier]
Quando o cálculo urinário está no rim, dificilmente ocasionará dor. Quando esses cristais migram, obstruindo a passagem de urina, é que a tão temida dor aparece. Dependendo do tamanho, a obstrução pode durar por várias semanas ou até mesmo comprometer a função renal ou perda completa do rim.
Diferente do que muitos acreditam, a ingesta de líquidos na vigência da dor pode até agravar o quadro, sem ajudar na sua eliminação. Outros mitos que ainda observamos com muita frequência no dia-a-dia é o uso de abacaxi com coca, chá de quebra-pedra, entre outras substâncias sem nenhuma evidência científica. A única exceção em relação ao chá de quebra-pedra é seu possível efeito benéfico quando associado à litotripsia extra-corpórea.
Há cada vez mais evidências de que a gênese dos cálculos urinários possa estar relacionada ao risco de hipertensão arterial e diabetes. De fato, aqueles hipertensos e diabéticos costumam apresentar litíase renal com maior frequência.
O diagnóstico pode ser feito por ultra-sonografia (ECO), radiografia de adome ou tomografia computadorizada. Pela maior disponibilidade, baixo custo e por ser menos invasivo, a ecografia é o método mais frequentemente utilizado. Também deve ser coletado exame de urina, que pode mostrar cristais, sangramento, células inflamatórias e pH. Na crise da dor, também recomenda-se coletar exame de sangue.
O tratamento da crise aguda, além de analgésicos, pode ser feito através de medicamentos que facilitam a saída do cálculo, como os alfa-bloqueadores; como também por litotripsia extra-corpórea (LECO), com a emissão de ondas de choque capazes de fragmentar a pedra; ou até mesmo cirurgia endoscópica (sem corte), em que se utiliza o laser para fragmentação da pedra (vídeo). O tipo de tratamento é baseado na localização, dureza (densidade), tamanho do cálculo, assim como nas condições clínicas do paciente.
Os medicamentos para eliminação da pedra possuem boa resposta para cálculos de até 10 mm, dependendo de sua localização.
Cerca de 50% das pessoas que possuem cálculos renais terão outros episódios em 5 anos. Em casos de recorrência e quando há muitos cálculos, uma avaliação completa da urina e do sangue deve ser realizada.
É importante em caso de dor lombar forte, procurar um serviço de emergência ou o seu urologista. O diagnóstico rápido e o tratamento adequado podem abreviar o sofrimento e diminuir a chance de complicações e de novos episódios.